Guia completo sobre a gestão de projetos na construção civil

A gestão de projetos na construção civil pode agregar valor ao serviço e assegurar que a obra será concluída dentro do prazo. O gerenciamento consiste em fazer uso de diferentes técnicas a fim de que o projeto seja bem-sucedido. Assim, teremos um projeto bem estruturado, capaz de conferir a segurança no trabalho e a satisfação do cliente.

Para uma boa gestão, é necessário analisar quais os processos envolvidos e como eles funcionam. As boas práticas devem estar presentes desde o início, considerando as metodologias de gestão, a elaboração do projeto, a efetivação do planejamento por meio da execução e o monitoramento dos resultados.

Saiba mais sobre o assunto, fazendo a leitura completa do post!

Como buscar mais eficáca na construção civil?

Para que uma obra seja concluída dentro do prazo, com a qualidade esperada, é fundamental respeitar um conjunto de parâmetros que são percebidos diariamente em um canteiro de obras.

A gestão de projetos na construção civil otimiza as chances de uma obra bem efetuada, garantindo organização antes mesmo de seu início. Por exemplo, o orçamento de obra bem-feito garante a satisfação do cliente, evitando transtornos durante a execução do projeto, principalmente a necessidade de gastar mais dinheiro para atender à demanda de materiais que estão faltando.

Da mesma forma, é preciso respeitar os prazos e concluir todas as etapas de modo eficiente, com a utilização das novas tecnologias e com a coordenação dos recursos. O gerenciamento do projeto é a chave para evitar falhas e otimizar os resultados.

O que é uma gestão de projetos na construção civil?

A gestão de projetos na construção civil consiste na administração de todas as etapas e de todos os elementos que integram o projeto de uma obra, como o orçamento, os prazos, a mão de obra, os materiais e assim por diante.

O gerenciamento de projetos está apoiado sobre alguns pilares que o gestor deve compreender e aplicar nas atividades: planejamento, gestão de pessoas, gestão de obras e gestão de riscos. A partir do planejamento, são definidos os outros pontos.

Por que um planejamento bem estruturado é tão importante?

A fim de obter êxito no gerenciamento dos projetos, é fundamental deixar alguns pontos bem definidos, como:

  • os objetivos;
  • as dificuldades;
  • os fornecedores ideais;
  • os prazos;
  • os serviços terceirizados;
  • os gastos;
  • a mão de obra qualificada;
  • a prevenção de riscos.

Cada um desses conceitos deve se ajustar à realidade de seu negócio. Além disso, outras especificidades devem ser levadas em conta. Cada obra tem suas peculiaridades, e as fases de produção são diferentes.

Assim, os processos precisam de padronização, para que a produtividade seja garantida. A prevenção de risco também é um processo complexo e deve integrar o projeto de forma personalizada, como “gerenciamento de riscos”.

A gestão de projetos ainda precisa fazer um levantamento sobre:

  • o uso dos equipamentos para construção civil;
  • a logística dos materiais;
  • as questões de segurança do trabalho;
  • a padronização dos processos;
  • o acesso aos locais e o mapeamento dos locais de risco.

Quais são as principais técnicas de gerenciamento de projetos?

Para otimizar a gestão de projetos, convém utilizar determinadas técnicas, já consolidadas pelo uso e eficiência. Vamos analisar algumas delas.

O PMBOK

A finalidade do PMBOK é a sistematização de metodologias e de conceitos relacionados à administração dos projetos. Desenvolve-se, assim, uma linguagem e uma teoria que envolve três conceitos:

  • o ciclo de vida;
  • os processos de gestão;
  • as áreas de conhecimento associadas ao projeto.

Pelo fato de ser sustentado em três conceitos comuns, o PMBOK pode ser utilizado em diferentes tipos de projeto. O terceiro pilar, relacionado aos conhecimentos específicos, orienta a teoria em determinada direção conforme as peculiaridades da área profissional que está envolvida.

O PMBOK é um guia adaptável, que serve para esclarecer sobre a gestão de projetos na construção civil, levando à utilização dos conceitos pertinentes e à reflexão sobre o modo de atuação na gestão. O guia PMBOK abrange os critérios mais relevantes para um gerenciamento eficaz:

  • integração: a associação das informações para que o plano de projeto seja efetivado, considerando todas as áreas que ele envolve;
  • escopo: o volume e a divisão das atividades que devem ser efetuadas;
  • tempo: as melhores práticas para controlar as atividades com a elaboração de cronogramas;
  • custos: o planejamento do orçamento da obra e a mensuração dos gastos para que o escopo do projeto seja efetivado;
  • qualidade: a análise do controle e da certificação de qualidade;
  • recursos humanos: o planejamento das equipes, a manutenção para cuidar dos seus colaboradores, o gerenciamento do pessoal e o desenvolvimento profissional;
  • comunicações: a administração dos processos de comunicação e o gerenciamento das informações relacionadas ao projeto e a todos os seus documentos;
  • riscos: a análise e a gestão dos riscos inerentes ao projeto;
  • suprimentos: a eficiente distribuição dos suprimentos por todas as etapas do projeto.

Na construção civil, o PMBOK acrescenta 4 fatores muito importantes:

  1. a segurança no canteiro de obras;
  2. o meio ambiente e as práticas sustentáveis;
  3. o controle financeiro;
  4. o gerenciamento dos pleitos.

Em relação ao quarto item, podemos lembrar que o gestor de projetos também deve gerenciar os pleitos que a empresa responsável elabora para explicar mudanças no escopo do projeto original, no volume de gastos ou nas estratégias de execução — uma tarefa que tende a ser difícil para o gestor.

A definição de escopo

Gerenciar o escopo de um projeto pode parecer algo simples. No âmbito da construção civil, no entanto, trata-se de um desafio relevante nas tomadas de decisões, que pode determinar o sucesso ou o fracasso do projeto.

Definir corretamente o escopo é o passo inicial para alcançar um planejamento eficaz. Se for mal definido, o projeto está sujeito a falhas e fracassos.

O escopo é tudo o que está registrado no projeto e também aquilo que não está incluído nele, como as premissas, as restrições e os requisitos de todas as partes envolvidas (stakeholders).

É importante que fique bem claro o que não faz parte do escopo para compreender melhor as diferenças de entendimento existentes entre os envolvidos. Quanto mais cedo forem identificadas e aprovadas as diferenças, menores serão os riscos de que causem problemas no projeto original.

Vale a pena decompor o escopo em partes menores, por meio da estrutura analítica de projeto (EAP), pois assim fica mais fácil compreendê-lo. A decomposição permite, ainda, alocar com mais eficiência os recursos disponíveis: mão de obra, equipamentos, projetos e materiais.

Atualmente, a construção civil trabalha com prazos cada vez mais curtos, principalmente devido à viabilidade econômica. Para cumprir os prazos, aplica-se o conceito de “engenharia simultânea” ou fast tracking.

Usando essa estratégia, o projeto se desenvolve em paralelo à realização da obra — o que contribui para a potencialização dos riscos e torna mais complexa a gestão de escopo. A engenharia simultânea ressalta a importância da avaliação do planejamento em ondas sucessivas, já que o escopo é definido no transcurso do projeto.

O cronograma

O objetivo principal de um cronograma é a organização das fases do projeto em categorias diferentes. Por ser uma ferramenta valiosa para a otimização do tempo, o cronograma é um elemento fundamental na gestão de projetos na construção civil. Afinal, o compromisso com os prazos é da máxima importância para garantir uma boa imagem e satisfazer o cliente. No entanto, o cumprimento de prazos no canteiro de obras nem sempre é fácil de controlar.

Além da complexidade do trabalho, podem ocorrer imprevistos que adiam a entrega da obra, como algum fenômeno natural ou até algum acidente com um funcionário.

O cronograma é um documento que registra e detalha os serviços que serão feitos na obra. Conforme a natureza do projeto, ele pode ser mais geral (com detalhes das fundações e das estruturas) ou mais específico (com a descrição das esquadrias e dos forros, entre outras coisas). Um cronograma deve ser feito com alguns cuidados. Separamos cinco dicas para montá-lo com eficiência:

  • liste as atividades com a ajuda de uma EAP: uma sugestão é usar templates de projetos parecidos e já concluídos e indagar engenheiros especializados;
  • sequencie as atividades e sua interdependência: o relacionamento entre as tarefas e a sequência em que devem ser realizadas;
  • estime o período de duração das atividades: é preciso analisar também o ambiente, pois o clima, por exemplo, pode interferir na secagem em uma obra externa;
  • determine os recursos das atividades: é fundamental estabelecer um período específico de dias, dimensionar a equipe e definir os equipamentos que não podem faltar;
  • elabore o cronograma de execução da obra: a partir das informações acima, pode-se construir um cronograma detalhado e gerir as fases que necessitam de um suporte maior.

Destaca-se que um cronograma pode apresentar alguns elementos. Veja abaixo.

Serviços preliminares

Esses serviços envolvem os gastos com a locação do projeto no terreno, a limitação no canteiro e a marcação dos recuos. O engenheiro ou o construtor responsável pelo trabalho deve realizar o monitoramento durante esses serviços.

Movimentação de terra

A movimentação de terra se faz necessária sempre que o terreno é bastante íngreme ou não é regular. Como é uma operação que envolve gastos e consome tempo, precisa ficar registrada no cronograma.

Fundações

As fundações mudam de acordo com o projeto. Os gastos relacionados com a data de execução e o encerramento do serviço devem ficar registrados no cronograma.

Estrutura

Os gastos com a estrutura estão condicionados ao tipo de material usado. Também dependem do sistema aplicado, como o pré-moldado (que trabalha com peças prontas) ou o moldado diretamente no local.

Alvenaria

Os custos com a alvenaria variam de acordo com o tipo adotado. Por exemplo, ela pode ser estrutural ou autoportante. Também pode fazer uso de tijolos ou de blocos de concreto. Tudo impacta o cronograma de obras.

Revestimentos

O cronograma também registra o tempo de aplicação dos revestimentos de acordo com os materiais usados.

Os gastos dependem do material e contemplam tanto os revestimentos internos quanto os externos: revestimentos de pisos e paredes, de fachada e muro, entre outros.

Outros elementos

Além desses, o cronograma deve apresentar outros elementos:

  • a pintura: a espécie de pintura que será efetuada conforme a região e em que lugar ela será feita primeiramente;
  • as esquadrias: custos relacionados ao tipo de esquadria, que variam de acordo com os materiais aplicados;
  • a pavimentação: custos e previsão para a conclusão da pavimentação interna e externa;
  • as instalações: gastos com as diferentes instalações (elétrica, hidráulica, telefônica, sanitária, prevenção contra incêndio) e a definição do período necessário para executar cada uma;
  • a cobertura: despesas com a cobertura, que pode ser laje, telhado comum e assim por diante.

A gestão de pessoas

A gestão de pessoas, dentro da gestão de projetos na construção civil, é de fundamental relevância para que a execução da obra seja realizada conforme o projeto e sem desperdícios e para que a entrega seja feita no prazo.

Ela combina alguns critérios para promover o controle sobre a mão de obra. Esses fatores envolvem técnica, métodos, prática, política e outros. Enfim, é uma metodologia que se propõe a cuidar dos seus colaboradores no canteiro de obras, seja qual for a função deles.

A gestão de pessoas na construção civil influencia diretamente a qualidade de gestão no canteiro. Acontece assim porque ela se efetiva por meio da qualificação e do desenvolvimento dos trabalhadores. Para obter um bom gerenciamento de pessoal, você pode aplicar as estratégias que mostraremos a seguir.

Delegar tarefas

É importante identificar qual profissional ou time está mais qualificado para executar determinada função. As delegações adequadas ajudam na obtenção de resultados satisfatórios, pois as atividades serão feitas por pessoas capacitadas.

Estimular o trabalho em equipe

É fundamental motivar o trabalho em conjunto, pois ele promove integração entre os profissionais e processos efetuados com mais rapidez.

Efetuar dinâmicas de grupo é uma forma de incentivar o trabalho integrado no canteiro de obras. A dinâmica de grupo é uma ferramenta eficaz para estimular a troca de ideias e a interação social.

Aprimorar a comunicação

Para que seja eficiente, a gestão de pessoal requer uma comunicação acessível e rápida. Uma boa opção é utilizar tecnologias modernas, visando à troca de informações mais prática entre os profissionais.

Hoje em dia, existem muitas plataformas on-line e aplicativos que aprimoram a rede de comunicação, trazendo benefícios tanto para o diálogo interno como para o diálogo externo, com os clientes.

Oferecer uma boa infraestrutura

Se as condições de trabalho não são boas, os profissionais tendem a ficar desmotivados, e a produtividade cai. Uma das finalidades da gestão de pessoas é o desenvolvimento dos profissionais, e dificilmente isso se realiza em um ambiente com infraestrutura deficiente.

É necessário considerar ferramentas de boa qualidade e oferecer todos os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os trabalhadores. Essa questão interfere diretamente nas medidas que garantem segurança no canteiro de obras.

Contar com ferramentas confiáveis e EPIs adequados contribui para diminuir o número de acidentes no ambiente de trabalho. Para conferir a segurança, é importante uma vistoria de obra.

A vistoria, além de averiguar como anda o trabalho e se as atividades são executadas corretamente e no ritmo esperado, também analisa se os trabalhadores estão usando da forma certa as ferramentas e se fazem uso dos equipamentos de proteção individual.

Melhorar o relacionamento entre empregador e empregado

Quando o empregado pode manter uma comunicação mais fluida, sem muita burocracia, com o patrão, ele se sente mais à vontade para manter um diálogo eficiente.

Assim é possível que o gestor entenda, mais facilmente, se as condições de trabalho são apropriadas ou em que etapa a obra se encontra, entre outras coisas.

Efetuar a análise de desempenho regularmente

Para garantir que a capacidade profissional dos trabalhadores realmente esteja se aprimorando, convém efetuar as análises de desempenho periodicamente. O estudo do desempenho do funcionário ou da equipe perante a execução das atividades ajuda na avaliação dos pontos que precisam ser melhorados.

Medir com exatidão os parâmetros influi de forma direta no modo como se efetiva a gestão de pessoal. A avaliação deve ser seguida, preferencialmente, de um treinamento da equipe. Como as limitações e as falhas foram identificadas há pouco tempo, é mais fácil desenvolver um plano para otimizar o ciclo de produção.

Conhecer a equipe de trabalho

Quando o gestor conhece bem os profissionais, é mais fácil escolher uma metodologia para gerenciar o pessoal. Quanto maior o conhecimento sobre os funcionários, mais eficiente será a delegação de atividades no ambiente de trabalho.

É recomendado desenvolver formas para que o conhecimento sobre os funcionários fique assegurado. Isso pode ser feito com a troca de informações e uma aproximação mais estreita com os trabalhadores.

Quais são as vantagens da gestão de projetos?

Nessa última parte do texto sobre a gestão de projetos na construção civil, vamos detalhar as vantagens que ela proporciona à empresa. Acompanhe.

Redução de custos

Para toda empresa que pretende gerar economia, a gestão de projetos é uma grande aliada, mesmo que alguns materiais apresentem um custo mais alto.

A economia é percebida na redução de desperdícios, por exemplo. Com os profissionais qualificados e o orçamento preciso, os materiais são usados convenientemente e comprados na quantidade certa.

Da mesma maneira, evitam-se multas por irregularidades, ações judiciais devido a trabalhadores insatisfeitos, gastos extras com funcionários acidentados e problemas com os clientes por causa de entregas atrasadas ou desvios do projeto original (esses conflitos também podem terminar na justiça e causar ônus financeiro à empresa).

Controle dos materiais

Como já observado, os desperdícios tendem a cair com a gestão de projetos na construção civil. Com sua ajuda, o gestor consegue manter a obra com os custos dentro do orçamento.

A gestão precisa permite ainda identificar o momento certo de comprar algum material, sem gerar desperdícios.

Cumprimento de prazos

O cumprimento de prazos é outro benefício evidente. A partir de um cronograma bem elaborado e de um planejamento prévio e acertado, é possível concluir a obra dentro do prazo estimado, gerando satisfação ao cliente.

Na verdade, a boa administração pode até entregar com alguma antecedência, o que vai repercutir positivamente no ânimo do cliente. Mas é claro que a finalidade é concluir no período estimado — não se deve tentar adiantar a entrega apenas para cativar mais o público, pois isso pode ser arriscado para a qualidade da obra final.

Competitividade otimizada

Se a empresa age dentro da lei e oferece um bom gerenciamento ao projeto, o resultado é que ela aumenta seu potencial competitivo no mercado de construção civil.

Assim, leva vantagem sobre outras empresas do ramo que não gerenciam seus projetos e acabam por sofrer com prazos não cumpridos, profissionais sem a devida qualificação, desperdício de materiais, multas por irregularidades e assim por diante.

Nesse sentido, a empresa que faz a devida gestão dos projetos aumenta sua competitividade devido a fatores como:

  • orçamento mais preciso;
  • mão de obra qualificada;
  • tecnologia adequada;
  • equipamentos com bom desempenho (manutenção preventiva);
  • respeito às normas de segurança e a outras regulamentações pertinentes à construção civil;
  • melhor aproveitamento dos recursos materiais e do tempo;
  • prazos cumpridos.

Previsão de demandas e eventos adversos

Quando tudo está sob controle, é possível fazer projeções exatas, como antecipar a demanda de algum material, equipamento ou profissional, evitando que a obra atrase por causa disso. Por exemplo, pode-se ter à disposição algum equipamento ou profissional substituto, garantindo que o trabalho continue no mesmo ritmo.

Eventuais falhas e problemas podem ser resolvidos antes mesmo de os trabalhos serem iniciados no canteiro, o que permite que o cronograma seja cumprido naturalmente.

Mesmo problemas relacionados a fenômenos naturais, como chuvas, podem ser solucionados de antemão. O PMBOK, por ser uma ferramenta flexível, ajuda no desenvolvimento de ações rápidas conforme as situações vão se apresentando.

Com o apoio deste guia, tentamos mostrar os principais pontos relativos à gestão de projetos na construção civil. Dedicamos sua maior parte às técnicas que podem ser usadas e às vantagens decorrentes de uma boa gestão. Ressaltamos que o PMBOK é um grande aliado na obtenção dos resultados planejados.

Fonte deste Post:
ARMAC